CNV - DICA 1: OBSERVE SEM AVALIAR OU JULGAR

Desejamos expressar clara e honestamente como realmente estamos. No entanto, ao combinar nossas observações com avaliações fazemos com que as pessoas prestem mais atenção aos nossos JULGAMENTOS do que ao conteúdo que realmente queremos transmitir. E isso é um dos motivos que geram conflitos.

Até quando queremos elogiar ou agradar, existe avaliação. Ela é bonita, feia, inteligente, mau educado, burro, inconveniente e tantos outros são avaliações.

Distinguindo observações de avaliações

Para melhorar nossa comunicação,  devemos saber o que é uma avaliação ou julgamento e o que e uma observação.

Vejamos alguns exemplos:

🔴 "Ontem, João estava com raiva de mim sem nenhum motivo." 

"Sem nenhum motivo" é uma avaliação. 

Você poderia até não concordar com os motivos de João, mas no ponto de vista dele, existem motivos.

🔴 "Minha tia reclama de alguma coisa toda vez que falo com ela."

"Reclama" é uma avaliação. Sua tia poderia somente estar desabafando ou tentando pedir colaboração. 

🔴 "Maria Trabalha Demais!"

"Demais" é uma avaliação.

Para ela o ritmo pode ser normal, apenas diferente do seu. Se ela trabalha demais, podeia então dizer que você trabalha pouco?  É pra se pensar, certo?

🔴 "José é um homem bom."

"Bom" é uma avaliação. 

Ele pode estar cumprindo bem um determinado papel para você, mas para outros pode não ter o mesmo significado.

Podemos TREINAR e aperfeiçoar a nossa comunicação desde já, focando nossos pensamentos e comentários baseados em FATOS. 

Exemplos:  

🟢 "Maria está bonita com esse cabelo"

(É diferente de dizer que  "Maria é Bonita")

🟢 "João fez um ótimo trabalho de engenharia" 

(diferente de "João é inteligente")

🟢 "Carlos não tem ajudado nas tarefas de casa"

( diferente de "é preguiçoso")

Entende a diferença?

Aqui não rotulamos, mas apenas focamos NO FATO. O fato de que Maria está bonita hoje, de que João realizou um bom projeto e que Carlos não é preguiçoso, mas que de fato não tem ajudado nas tarefas.

É claro que os adjetivos existem para utilizarmos, mas estamos tão mal treinados que a melhor forma de treinar a mente nesse momento é eliminar parte desses adjetivos do vocabulário. Até mesmo os "positivos".

Nada é fixo ou permanentemente na natureza, porque continuamos com essa linguagem estática, onde etiquetamos pessoas? 

Por que não sermos flexíveis ao ponto de aceitar que não somente eu, mas qualquer outra pessoa também vai mudar ou já está mudando? 

Esse é o início do caminho da comunicação não violenta.

Pratique!

Referência

Comunicação Não Violenta - Marshall Rosenberg